Declaração do procurador não contribui com os trabalhos da CPMI, avaliam petistas

pteixeiradrrosinhaOs deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Dr. Rosinha (PT-PR) membros da CPI Mista que investiga os tentáculos da quadrilha do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlos Cachoeira, investigado pelas Operações Vegas e Monte Carlo criticaram nesta quinta-feira (10) as declarações feitas pelo Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, aos órgãos de imprensa na noite de ontem.

O Procurador atribuiu as críticas à sua atuação nas investigações das atividades de Cachoeira a motivação políticas, citando o processo do mensalão.

De acordo com os petistas, as declarações do procurador não contribuem com os trabalhos da CPMI e não respondem a pergunta da sociedade brasileira sobre o “engavetamento” do inquérito da Operação Vegas desencadeada pela Polícia Federal.

“Acusações não ajudam no debate. O procurador-geral da República precisa explicar porque o Ministério Público não pediu abertura de inquérito no momento que recebeu os autos da Operação Vegas, em 2009”, argumentou Paulo Teixeira.

De acordo com Teixeira, o não prosseguimento da investigação poderia ter alterado o processo eleitoral de 2010. “Com essa informação o eleitor teria um dado novo para fazer sua escolha. Isso lhe foi sonegado”, ressaltou o petista. Se as investigações não tivessem sido paralisadas, alguns dos parlamentares não teriam sido eleitos, completou.

Na avaliação de Dr. Rosinha, mais grave do que a alteração do resultado eleitoral é o fato da quadrilha ter agido e se articulado no período em que o processo ficou parado.
“A paralização da investigação permitiu que o crime organizado continuasse operando, sem ser detido, sem ser investigado. Só com a operação Monte Carlo a quadrilha foi desbaratada. A população brasileira merece uma explicação sobre esse fato”, defendeu Dr. Rosinha.

Marconi Perillo - Parlamentares que participaram da oitiva do delegado da Polícia Federal, Matheus Mella Rodrigues, que conduziu a Operação Monte Carlo, nesta quinta-feira, adiantaram que além de reuniões e jantares, Carlos Cachoeira “quitou” um apartamento de propriedade do governador Marconi Perillo. O pagamento foi feito pelo sobrinho do contraventor, Leonardo de Almeida Ramos que emitiu três cheques nominais, no valor de R$ 600; R$ 500 e R$ 400 mil, respectivamente.

Carlos Cachoeira ainda entregou, segundo parlamentares, uma “caixa de dinheiro” contendo cerca de R$ 500 mil no Palácio das Esmeraldas, sede de governo de Goiás. A remessa foi feita por Lúcio Fiúza, assessor especial para Assuntos Sociais do Governo do Estado de Goiás.
Benildes Rodrigues
texto publicado originalmente no site PT na Câmara

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