Corredor da morte: Brasil pode chegar a mais de meio milhão de mortes, diz Universidade de Washington


foto Alex Pazuello/Semcom











O Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington (EUA) revela um quadro pandêmico alarmante no Brasil. Segundo o Instituto, o Brasil pode atingir a triste marca de 562 mil mortes causadas pela Covid-19 até o dia 1º de julho, e em abril, o país poderá chegar a 100 mil óbitos pelo novo coronavírus.

A tragédia humanitária delineada pela Universidade de Washington tem como base o número crescente de infecções e mortes pela doença. Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 12.984.956 pessoas infectadas e 331.433 vidas perdidas para a Covid, segundo dados do Conselho Nacional de Saúde (Conass).

Semeador de variantes

Para os deputados Alexandre Padilha (PT-SP), Henrique Fontana (PT-RS) e Jorge Solla (PT-BA) esse quadro trágico tem relação direta com a forma que o presidente Bolsonaro tem enfrentado a pandemia. Desde que foi notificado o primeiro caso da doença no Brasil, Jair Bolsonaro agiu com descaso e negacionismo.

“A culpa é de Bolsonaro que nega as condições para as pessoas se protegerem, além de colocá-las no corredor da morte. Bolsonaro virou o maior semeador de variantes mutantes da Covid-19”, denunciou o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.

Para o ex-ministro, a culpa pela curva ascendente da doença não deve ser colocada na conta da população brasileira. “A culpa não é do povo que tem que se expor para sobreviver e não morrer de fome ou ser demitido”, frisou.

Na mesma linha, o deputado Jorge Solla acrescentou: “É moralmente difícil condenar o trabalhador que se expõe, quando recente pesquisa demonstra que 117 milhões de brasileiros, mais da metade da nossa população, não se alimenta devidamente, passa dias ou semanas sem proteína animal, não faz três refeições ao dia”, afirmou Solla que também é médico e já foi secretário da Saúde da Bahia.

“Não há fim à vista”

Em sua conta no Twitter, o deputado Henrique Fontana escreveu que Bolsonaro faz uma péssima gestão da pandemia quando “minimiza sua gravidade, resiste às medidas de saúde e promove curas charlatanescas”. Fontana lembrou que o periódico Washington Post alertou que “não há fim à vista” para a onda de mortes e infecções no Brasil devido à incompetência do presidente e seu governo.

“Março foi o mês mais letal da pandemia no Brasil. Morreu mais gente aqui do que em 109 países, que somados têm uma população de 1,6 bilhão. Com o ritmo lento da vacinação e o boicote permanente do governo Bolsonaro às medidas de prevenção, abril deverá ser pior, já alertam cientistas”, anotou Henrique Fontana, que também é médico e já esteve à frente da Secretaria da Saúde em Porto Alegre (RS).

Vacinas

O Brasil possui mais de 200 milhões de habitantes. Destes, apenas 9,20% da população foram vacinadas. Esse percentual corresponde a 19.474.826 de pessoas vacinadas com a primeira dose, segundo aponta levantamento do consórcio de veículos de imprensa, a partir de dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Auxílio Emergencial

O deputado Jorge Solla acredita que a reversão da grave situação sanitária pelo qual passa o País seria possível se Bolsonaro priorizasse um auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1,2 mil, garantindo um programa de preservação de empregos, “aí teríamos condições sociais de avançar para um forte isolamento social, coordenado nacionalmente, numa dimensão como nunca fizemos no Brasil até hoje”.

No entanto, volta do auxílio emergencial – fruto de uma intensa pressão de partidos de esquerda – foi aquém do valor de R$ 600 e R$ 1,2 mil defendido pelos parlamentares da Oposição. Na medida provisória (MP 1039/2021) do governo, o valor foi reduzido e vai variar entre R$ 150 e R$ 375, por apenas mais quatro meses.

Solla pontuou que o valor do auxílio emergencial proposto por Bolsonaro e aprovado pelos pares do governo no Congresso Nacional “é muito pouco e para menos famílias”. “Não paga metade de uma cesta básica, não resolve o problema”, sentenciou Solla.

“Quando você tem a opção de salvar vidas, mas não o faz deliberadamente, é empurrar o País para um genocídio. Infelizmente, o governo Bolsonaro e sua bancada mais radical na Câmara preferem torturar os números para criar uma ficção de que não há tantos casos e mortos. Foram quase 20 mil só na última semana”, lamentou o deputado.

Benildes Rodrigues com informações da RBA

PT na Câmara

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