O circo dos horrores continua - só mudou o picadeiro: Senado vai cassar a democracia


Este coração é pior que manteiga derretida foi colocado de lado - nestes três dias - para deixar a racionalidade entrar em cena.

Os acontecimentos (alguns testemunhados), principalmente no período que culminou com a aprovação da admissibilidade do golpe - travestido de impeachment, não me permitem ter nenhuma ilusão.

Corrobora aos acontecimentos, a postura do Poder Judiciário, exclusivamente o passionalismo do STF em todo esse processo. O acovardamento demonstrado por essa corte que, no primeiro momento, por unanimidade, acolheu as denúncias de corrupção que pesam contra o presidente da Câmara, transformando-o em réu deixa a justiça órfã. 

Ao se silenciar - por mais de 3 meses – sobre o pedido de afastamento de Eduardo Cunha, proposto pela Procuradoria Geral da República, o Supremo, além de deixar o povo brasileiro órfão de justiça, nos colocam a todos a mercê de um Legislativo - em conluio com o Executivo,comandado por Michel Temer - cegos pelo poder iminente.

O País foi vitima de uma chantagem nacional que levou à admissibilidade de uma proposta de impedimento de uma presidenta eleita por mais de 54 milhões de brasileiros que foram às urnas referendar um conjunto de politicas implementado no governo Lula e continuado com a presidenta Dilma. 

Em todas as discussões que ocorreram na Câmara, não se comprovou nenhuma das denúncias de improbidade administrativa que os golpistas insistiram em imputar nas ações da presidenta. Reiterando os argumentos dos mais brilhantes e respeitados juristas: Não há crime de responsabilidade. Há uma trama golpista travestida de impeachment.  

O Senado e o STF testemunharam tudo isso  que levou à vergonha que foi a sessão que aprovou o golpe na Câmara. As duas instituições têm conhecimento da repercussão internacional do processo, onde muitos organismos – como a OEA e a imprensa estrangeira a classificarem de golpe. 

Nada disso comoveu ou levou o STF, por exemplo, a sair da letargia. O que nos leva a crer que o poder do Cunha, revelado na sessão do domingo, ramifica no Senado e na Suprema corte.

Tais constatações não deixam dúvidas: Vão cassar a democracia. Isto porque, o PMDB tem, pela primeira vez na sua história, a chance de assumir (com golpe) a Presidência da República. 

Pergunto: O balcão de negócio que a Dilma recusou a fazer na votação da Câmara, o Temer se recusará em fazê-lo com os senadores? É mais provável os anseios dos golpistas serem cumpridos com Dilma ou com Temer? O que está em jogo é a democracia? Sim. Mas a ganância pelo poder é maior e mais importante que o regime democrático conquistado à custa de sangue, suor, lágrimas e vidas de centenas de pessoas.  


Em tempo: A chantagem é a palavra de ordem no cenário politico brasileiro – praticado por aqueles que não aceitam o resultado eleitoral de 2014. A gana pelo poder do Cunha ainda não acabou. Ou o STF o afasta da presidência da Câmara e esta Casa cassa o seu mandato, ou ele aplicará um novo golpe. Ele e seus 366 comparsas podem aprovar o impeachment de Temer. Com isso, quem será o presidente do Brasil? Adivinhem!

Benildes Rodrigues

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