Entreguismo: Serra quer transformar a Petrobras em uma nova Vale do Rio Doce, denuncia Zarattini




Do alto do seu posto interino no Itamaraty, o senador e ministro golpista de Relações Exteriores, José Serra foi alvo de protestos nesta terça-feira (14). Em ato realizado na frente do Itamaraty, ele teve que ouvir dos manifestantes que seu projeto entreguista vai levar a Petrobras à condição da Companhia Vale do Rio Doce (CRVD), privatizada em 1997. À época, o Brasil governado pelo PSDB vendeu a empresa a um insignificante montante de R$ 3, 3 bilhões. O projeto de lei (PL 4567/16) de autoria do ministro golpista retira da Petrobras o protagonismo na exploração da camada de pré-sal e está na pauta de votação da comissão especial que analisa o tema nesta quarta-feira.

“Eles querem fazer com que tudo que nós conquistamos e construímos neste país sejam entregues, como aconteceu com a Vale do Rio Doce – maior empresa de mineração do mundo, a preço de banana para as multinacionais no governo de Fernando Henrique Cardoso”, denunciou o vice-líder da Bancada do PT na Câmara,  Carlos Zarattini (PT-SP). Ele participou do ato promovido pela Federação Única dos Petroleiros e entidades ligadas ao setor petrolífero.

Zarattini, que ocupa o cargo de segundo vice-presidente da comissão especial destinada a emitir parecer sobre o projeto entreguista do senador, lembrou ainda que o DNA privatizante sempre esteve presente nas ações dos tucanos que comandaram o País por oito anos. Além da Vale, o petista lembrou-se das privatizações do setor elétrico e das telecomunicações. Para ele, o projeto Serra tem como objetivo único entregar o pré-sal para as multinacionais.

“Está claro e evidente que o objetivo dele (Serra) é entregar a maior riqueza que conquistamos a partir do conhecimento de engenheiros e trabalhadores brasileiros e que desenvolveram a sua própria tecnologia para alcançar a riqueza que está a mais de 7 mil metros de profundidade”, disse o deputado.

“Vejam vocês, agora eles querem vender 49% da BR distribuidora. O que as empresas multinacionais dizem: ‘não, isso não queremos. Queremos a maioria das ações da BR’. Então, não tenham dúvida”, alertou Zarattini, que se referiu ao interesse de José Serra em privatizar não só a BR Distribuidora, mas a Transpetro e a Gaspetro, subsidiárias da Petrobras.

Em seu discurso, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel afirmou que o presidente interino da Petrobras, Pedro Parente já demonstrou que tem interesse em rever a Lei de Partilha. “Ele é o único presidente de uma empresa de petróleo que quer abrir mão de reservas. Já estamos vendo que o Pedro Parente é um apagão da Petrobras. Por isso chamamos a sociedade para estar com a gente nessa luta”, conclamou o sindicalista.

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), um dos grandes defensores da soberania brasileira, “os golpistas chamaram o capitão do mato, o garoto de recado da Chevron, para cumprir o papel de entregar a nossa soberania”, condenou Pimenta, que disse que o que ocorre com o pré-sal, ameaça a maior riqueza brasileira.

O deputado Paulão (PT-AL) fez questão de ressaltar o papel estratégico e a importância da Petrobras que, segundo ele, remonta o período governado por Getúlio Vargas.

“Essa empresa tem um papel nacional muito grande no domínio da tecnologia de águas profundas. Hoje, esse papel está ameaçado pelo senador José Serra, em cujo Governo golpista é o Embaixador do Itamaraty. Na realidade, ele é um grande mascate que quer vender a Petrobras, mas os trabalhadores irão resistir”, afirmou Paulão.


Benildes Rodrigues
Foto: Aepet

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