Parlamentares citam 31 de agosto como “Dia da Infâmia” e afirmam que golpistas não terão trégua

wadih bohngass moema

Parlamentares da Bancada do PT reagiram duramente contra a destituição da presidenta brasileira Dilma Rousseff pelo Senado Federal, na quarta-feira (31). Eles asseguraram que o golpista Temer Golpista, que tomou de forma ilegal e desonesta a cadeira da Presidência da República, não terá arrego nas ruas e no Parlamento. “Não terão um segundo de trégua, de paz enquanto a democracia não for restabelecida”, assegurou Wadih Damous (PT-RJ).

“Quem está lá no Palácio do Planalto é chefe de quadrilha, não foi eleito diretamente pelo povo brasileiro. Do dia 1 de abril de 1964 até os milicos irem embora - não demos um minuto de trégua à ditadura – e não vamos dar um minuto de trégua à corja de bandidos”, reiterou o petista. Ele, ao lado de outros parlamentares do PT, esteve ao lado da presidenta Dilma Rousseff na quarta-feira (31), no Palácio do Alvorada, no momento em que o Senado Federal votava o processo que culminou com o seu afastamento.

“Este 31 de agosto entra para a história do Brasil como o Dia da Infâmia. É o dia em que rasgaram 54 milhões de votos dos brasileiros. É o dia em que se deu o golpe contra os trabalhadores, contra as mulheres, negros, índios, contra todos os oprimidos, contra a cultura e contra a civilização”, lamentou Damous.

Essas palavras do ex-presidente da OAB-RJ foram ditas aos militantes que foram ao Palácio do Alvorada prestar solidariedade à presidenta Dilma. Emocionado, ele disse que todos precisam continuar honrando a presidenta. “Assim como nós honramos a presidenta Dilma, honramos a memória de tantos combatentes brasileiros que lutaram pela democracia como Carlos Marighela, Rubens Paiva, Carlos Lamarca. Em nome da honra a todos esses companheiros que estamos aqui hoje dizendo que vamos resistir”, afirmou orgulhoso.

Ainda, conforme Wadih Damous, o povo não pode se iludir diante do fato grave que levou à derrocada do processo democrático brasileiro. “Não nos iludamos, a democracia acabou hoje. E, agora, a nossa luta é para reconquistar a democracia. Essa é a nossa tarefa, essa é a nossa luta. Vamos para o combate, vamos mostrar a esse golpista quem nós somos”.

Para o deputado Bohn Gass (PT-RS) o dia 31 de agosto será lembrado como o dia em que se “violou a democracia e se puniu uma inocente. Essa vai ser a lembrança infeliz”.

“Há 50 anos teve um golpe. O povo não tinha vez. Nosso povo foi emancipado e essa emancipação popular os golpistas tentam impedir ao afastar a presidenta injustamente. Mas, a nossa indignação e a coragem que carregamos nos levará a lutar por mais justiça e colocar na ordem do dia a pauta das eleições porque o povo que tem que legitimar o mandato, essa é lei da democracia: o povo”, afirmou Bonh Gass.

A deputada Moema Gramacho (PT-BA) acredita que apesar do duro golpe que o Brasil sofreu ontem, é possível resgatar a democracia. “Nós perdemos uma batalha, mas a guerra está só começando”.

A petista, de atuação incansável na defesa da presidenta Dilma, recorreu a um verso da música ‘Vai Passar’, do cantor Chico Buarque de Holanda para ilustrar o momento político brasileiro. “A nossa pátria mãe tão distraída/sem perceber que era subtraída/em tenebrosas transações”, diz a música de chico Buarque que, segundo Moema, foi composta no período da ditadura – período marcado por torturas e assassinatos.

“Peço licença ao Chico para repetir esse verso que traduz o golpe parlamentar que subtrai a democracia quando subtrai o direito de 54 milhões de brasileiros que votaram para reeleger uma mulher presidenta da República. Eles estão subtraindo, não o mandato de Dilma Rousseff, mas a vontade soberana do povo brasileiro. Isso não é impeachment, é golpe porque Dilma não cometeu crime algum.

Pior ainda, ela está sendo tirada e julgada por alguns bandidos que participaram desse julgamento”, criticou Moema.

Para Moema, o fato de a maioria dos senadores terem votado pela permanência dos direitos políticos da presidenta Dilma é um indicador da injustiça praticada pelos mesmos senadores ao retirarem o seu mandato legítimo.

“O fato deles terem voltado atrás e terem permitido que ela não perdesse os direitos políticos é uma demonstração de que não havia crime. Eles não tiveram coragem de dizer nada contra ela, sobre sua honestidade, sobre sua lisura e retidão. Por isso, não tiveram coragem de retirar seus direitos políticos. Portanto, temos que continuar reagindo, porque esse governo que está aí é um governo de subtração de direitos, de votos e de mandatos”, frisou.

Benildes Rodrigues

Foto: Gustavo Bezerra

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