Retirada do nome de Aécio da lista de Janot reabre debate sobre lista de Furnas


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Ao livrar o ex-candidato à Presidência da República, presidente do PSDB e senador Aécio Neves (PSDB-MG) do inquérito da Operação Lava Jato da Polícia Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, involuntariamente, reabriu o debate sobre a lista de Furnas – esquema de desvio de verbas da estatal para abastecer as eleições de 2002.

Na segunda-feira (9), o deputado Padre João (PT-MG) protocolou na Procuradoria Geral da República (PGR), solicitação de audiência para tratar desse esquema que envolve, entre outros, o senador tucano e o PSDB.

“Solicitamos a audiência com o Rodrigo Janot para que possamos destacar a ele que a PGR não pode repetir um comportamento do passado quando o então procurador, Geraldo Brindeiro, era conhecido pelos corredores e ruas do país como “engavetador geral da República”, lembrou Padre João.

O petista entende que essa instituição “tem que levar em consideração as denúncias e tomar as iniciativas devidas”. Nesse sentido, explica, “ainda está em tempo de retomar a questão da lista de Furnas”.

Para o deputado, a retomada desse tema, neste momento, é urgente em face à afirmação feita pelo doleiro Alberto Yousseff, em delação premiada à Justiça Federal, que disse que Aécio Neves, na época em que exercia o mandato de deputado federal, recebia recursos desviados de Furnas.

De acordo com o Padre João, a PGR não pode adotar as premissas de uma CPI, como a da Petrobras, que se detém a um fato determinado. Para ele, Rodrigo Janot, além de considerar a fala de Yousseff, deveria se ater à lista de Furnas que sustenta a delação feita pelo doleiro.

O deputado contou que à época da divulgação da Lista de Furnas foi solicitada uma perícia que comprovasse a sua autenticidade e, segundo ele, a lista apresentado pelo lobista Nilton Monteiro foi legitimada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. A lista revela o nome de 156 políticos que teriam recebido dinheiro público através do esquema.

“Assim sendo, porque parte de uma fala (Yousseff) leva o procurador  a abrir um inquérito? Por que sobre um documento autêntico (lista de Furnas) ele não se dispõe a abrir o inquérito? É um equívoco. Ainda estamos em tempo de rever isso”, acredita Padre João.

Denúncia - Em fevereiro de 2014, o deputado federal Padre João e os deputados estaduais Rogério Corrêa, Pompílio Canavez e Adelmo Leão protocolaram na PGR pedido para que a procuradoria analisasse a lista de Furnas, conforme denúncia feita pela procuradora Andrea Bayão, em janeiro de 2012. À época o procurador-geral da República era Roberto Gurgel.

Pesos e medidas – Para o parlamentar petista, ao agir dessa forma, a PGR mostra que age sem equivalência, adotando pesos e medidas para casos que, na avaliação dele,  deveriam ser tratados com equidade.  Segundo ele, a ação da procuradoria tem viés partidário.

“A coisa está muito mais para partidarização do que apuração dos fatos. Isto põe em xeque a credibilidade de qualquer instituição. A justiça tem que se fazer valer no sentido amplo e, o mesmo critério adotado para um deve ser aplicado para outro que tem similaridade”, defendeu o deputado mineiro.

De acordo com Padre João, ao não julgar o mensalão mineiro, a  justiça “abriu brechas para a impunidade”. Segundo ele, mensalão tucano mineiro  foi favorecido pela justiça.

Benildes Rodrigues

Texto publicado originalmente no site PT Na Câmara












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