STF: Quando a retórica vale mais que as provas
Benildes Rodrigues
Quando a Corte toma como verdade absoluta a denúncia feita pelo Roberto
Jefferson pode-se afirmar que alguma coisa está fora da ordem. Quem é Roberto
Jefferson? Quem é Zé Dirceu? Não se pode comparar. A democracia tão festejada
pelos brasileiros tem a marca, a dedicação, a luta e o sacrifício de Dirceu.
Como pode um tribunal utilizar de discurso construído a partir de
argumentos baseados em uma “realidade” inventada por uma figura invejosa,
oportunista que, em nenhum momento, pode ser considerada paladino da ética e
das boas práticas políticas? Essa é a pergunta que paira na mente de milhares
de pessoas que, por mais leigas que sejam, têm o senso de justiça como premissa.
É estarrecedora a decisão do STF. Os juízes utilizam de técnicas argumentativas
para convencer um auditório. Cada gesto e palavra foram milimetricamente estudados
com o único objetivo: convencer e persuadir a plateia.
Se é verdade que o tal mensalão existiu por que apenas uma das Casas
que compõem o parlamento brasileiro foi “comprada”? Os projetos de reforma, por
exemplo, precisam passar pelo crivo de ambas as Casas legislativas, como bem
lembrou o brilhante jurista Ricardo Lewandowski. Se é verdadeira a existência do suposto mensalão por que o egrégio tribunal não apresentou provas que realmente confirmassem o pagamento de mensalidade aos parlamentares petistas e aliados? O "mensalão" foi uma trama ardilosa, montada com um único propósito, a desmoralização de um partido e de um presidente eleito democraticamente por milhões de brasileiros.
A competência de Zé Dirceu, o brilhantismo na gestão da Casa Civil e, principalmente, por ser o maior responsável pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva e do projeto vitorioso de país, foram os componentes que despertaram e despertam ódio, inveja e, levaram seus opositores a quererem, a qualquer custo, destruí-lo. No imaginário da oposição e da imprensa golpista, destruindo Dirceu, o presidente Lula e o PT estariam liquidados.
Essa ânsia em destruir o Partido dos Trabalhadores não cessa com a decisão condenatória do STF.
O posicionamento ideológico da mídia brasileira é claro. A ação desencadeada nos últimos tempos a caracteriza como partido político sem cadeira, mas com interferência nas três esferas do poder. A mídia domina uma oposição enfraquecida e dita as regras de um poder judiciário covarde que age a partir da lente deformada, ideologizada da mídia golpista.
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