Debate acentua polêmica em torno do novo Código Florestal

A Câmara dos Deputados deve analisar, na próxima semana, as mudanças propostas pelo Senado Federal ao novo Código Florestal.Entidades que participaram nesta terça-feira (28), no auditório Nereu Ramos, do seminário “Código Florestal: O Que Diz a Ciência” foram unânimes em rechaçar a proposta. O evento foi promovido pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável em parceria com a Frente Parlamentar Ambientalista.

Na opinião de Maria Cecília de Brito, secretária-geral do WWF-Brasil, tanto o texto produzido na Câmara, quanto o reformulado pelo Senado, não contemplam as aspirações da sociedade brasileira. “A comunidade científica não foi ouvida. É um setor da sociedade que não pode ser jogado de lado quando se trata de legislação como o Código Florestal. O texto não respeita a técnica, a ciência. É ruim para o país”, alertou.

As entidades promotoras do evento apresentaram um documento com críticas e sugestões ao novo texto. A representante da WWF-Brasil fez um apelo ao Congresso Nacional para que não vote a proposta e que “ouçam o que o Brasil está dizendo, claramente, por meio de vários estudos produzidos”.

O deputado Márcio Macêdo (PT-SE) que participou da mesa de abertura do seminário alertoupara o risco de a Câmara alterar as mudanças produzidas pelo Senado.
“O Senado fez correções importantes, embora não seja aquilo que desejamos. Nós estamos ajudando a fazer reflexão para se construir uma alternativa adequada ao código que vai sair da Câmara. O drama é que o debate que vimos nos noticiários, ao longo da semana, é que está se pensando alterar o que veio do Senado, para pior”, revelou Márcio Macêdo.

Macêdo alertou também para importância do envolvimento da sociedade nesse debate. “Nós vamos ter um embate duro. Não podemos aceitar as mudanças que estão sendo pensadas. A sociedade precisa se envolver, senão vamos perder essa guerra”, sentenciou o petista.

Para a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, os parlamentares estão criando um “jogo de cena” para uma eventual aprovação do texto do Senado.  “Estão ensaiando um telecat -  a luta que não é luta. O projeto do Senado também é muito ruim, apresenta apenas ressalvas periféricas”, afirmou Marina.
Benildes Rodrigues

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