CPMI do Cachoeira: Relatório pede indiciamento de Marconi Perillo, Policarpo Jr. e Gurgel

 
Em resposta ao questionamento se a proposta de indiciamento do governador de Goiás não representava perseguição, Odair foi taxativo: “O governador Marconi Perillo precisa responder ao conjunto da sociedade brasileira porque ele se envolveu tão intimamente com a organização criminosa”, afirmou o relator.

O parlamentar lembrou também que Perillo deixou que a organização liderada por Cachoeira “tomasse conta de parte importante de seu governo”. Para ele, essas são questões que exigem respostas “contundentes” e, segundo ele, “o conjunto da população está vendo que nós não temos culpa de o governador tucano ter se relacionado com essa organização criminosa”, afirmou Odair Cunha.

Procurador – O relator esclareceu ainda aos jornalistas que a CPMI analisou a conduta do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, não do Ministério Público. Odair lembrou que o MP “é uma instituição importante que precisa ser preservada”. Para ele, houve omissão do procurador no procedimento em relação à Operação Vegas, da Polícia Federal.

“Nesse caso especifico entendemos que houve uma omissão do procurador. Ele teve conhecimento da operação Vegas em setembro de 2009. Em outubro de 2009 identificou, analisou essa operação e nada fez. A ação controlada que ele diz ter feito significou inação”, avaliou Odair.

O parlamentar fez questão reafirmar que o que está sendo feito não é no sentido de sentenciar o procurador, mas, “remeter ao Conselho Nacional do Ministério Público. Lá, sim, será investigado”, esclareceu.

O jornalista – Em relação ao envolvimento do jornalista da revista Veja, Policarpo Júnior, com a quadrilha comandada por Cachoeira, Odair Cunha disse que o texto procurou individualizar condutas e que Policarpo “extrapolou o limite da relação entre fonte e jornalista”.

Um dos trechos do relatório que versa sobre essa relação diz que cabe ao jornalista saber “quem é a fonte, quais os caminhos que ela trilha, quais os interesses que ela defende, rechaçando as possibilidades de conivência com fontes que eventualmente estejam mergulhadas no crime...”

O texto reporta também para a missão que baliza o jornalismo. “A principal missão do jornalista é a defesa do interesse da sociedade, e nunca a notícia a qualquer preço, especialmente se a notícia visa atender a interesses criminosos”.

O relatório traz também diálogos entre o contraventor e o jornalista. Em um deles eles conversam sobre uma reportagem envolvendo o DNIT.

Carlinhos: Mais um strike, hein? Puta que pariu... Atira num passarinho e
Pega um urubu...(risos)...abraço, parabéns.
Policarpo: Mas não chegou aonde devia ainda, né?
Carlinhos: Mas já deu o que tinha que dar né? O ministro cai hoje?
Policarpo: Não, caiu não
Carlinhos: Não é possível, puta que pariu.
Policarpo: Pois é, isso é que impressionante.
Carlinhos: Conivência, né? Vou estar aí amanhã, vamos falar.
Policarpo: OK, abraço.

Adiamento – A oposição utilizou de todas as manobras regimentais na tentativa de impedir a leitura do relatório final da CPI. Como forma de equacionar a questão, o relator propôs o adiamento da leitura para esta quinta-feira (22) para viabilizar a discussão, votação e aprovação do relatório. A reunião acontece no plenário 2 da ala senador Nilo coelho, às 10h15.
Benildes Rodrigues

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