Debate aponta concorrência desleal como o pivô da crise calçadista

geraldo_simoesDemissões, férias coletivas e ameaças de fechamentos de algumas unidades de produção do polo calçadista do país, em especial da cidade de Itapetinga, no interior baiano, levaram os parlamentares da Comissão de Trabalho da Câmara a promover nesta terça-feira (24) audiência pública para debater as dificuldades enfrentadas por esse setor.

Para empresários, movimento sindical e ONGs que participaram do debate, a crise é resultado da concorrência desleal dos produtos chineses que são vendidos no mercado consumidor por um preço inferior ao estipulado pelo país produtor. Essa prática comercial é conhecida como dumping. 

De acordo com os palestrantes essa prática prejudica o desenvolvimento do setor, reduz postos de trabalho e, segundo eles, a ausência de competitividade pode levar à falência algumas empresas do ramo de calçados.
O polo calçadista baiano, mas precisamente a Fábrica de Calçados Azaléia, no município de Itapetinga, a 562Km de Salvador, foi o foco do debate. Segundo os relatos, a fábrica emprega cerca de 12 mil trabalhadores e recentemente demitiu três mil empregados.

O deputado Geraldo Simões (PT-BA) lembra que a indústria de calçados emprega mais de 50 mil trabalhadores na Bahia e, segundo ele, em Itapetinga são 12 mil postos de trabalho. "Esse é um setor que precisa ser preservado. Precisamos combater a concorrência desleal de países da Ásia, que tem dificultado o desenvolvimento do polo calçadista de todo o país", afirmou.

Simões acredita que a solução para o problema está na intervenção do governo em criar mecanismos de proteção aos setores prejudicados pela ausência de concorrência. Nesse sentido, explicou o parlamentar, a comissão aprovou a realização de audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega para tratar da questão.
Benildes Rodrigues

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

8M é momento de reconstrução do País e de dar um basta aos retrocessos impostos por Bolsonaro

PT 40 anos: Legado dos 13 anos do PT no poder provoca mudanças estruturais

Rui Falcão: “O financiamento privado de campanha cria compromisso entre quem financia e quem é financiado”