Depoimento de Perillo não convence; petistas defendem quebra de sigilo



CPMI12062012As oito horas de depoimento do governador tucano Marconi Perillo (PSDB-GO), sobre seu envolvimento com a quadrilha do contraventor Carlos de Almeida Ramos, o Carlos Cachoeira, não convenceram os integrantes da CPMI que investiga a relação do contraventor com agentes públicos e privados. Perillo disse nesta terça-feira (12) que compareceu à comissão para “esclarecer a verdade dos fatos”. Para o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), e para o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), as explicações do tucano não foram “suficientes” e não “esclarecem” a ligação dele com Cachoeira.

Segundo os petistas. a falta de clareza na explanação de Perillo sobre a venda da sua casa no condomínio Alfaville, em Goiânia, demonstra a necessidade de quebra de sigilo do governador.
Para Jilmar Tatto, o fato de Perillo ter dito estar disposto a colaborar com a comissão, deveria levá-lo a ter a mesma “presteza” em abrir os próprios sigilos.

“Quando se fala em colocar à disposição os sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador, não é para incriminá-lo, mas para dar continuidade ao seu gesto. Para isso, ele precisava dizer que as contas, os telefones dele estão abertos e, assim, deixar claro à população de Goiás e do Brasil que ele não tem nada a ver com a organização criminosa liderada por Cachoeira”, disse Jilmar Tatto.

“O governador vem aqui e diz que não sabe de nada, que não se lembra de nada, que foi traído. Para mim, as respostas não foram claras”, afirmou Odair Cunha.

Odair Cunha elencou fatos que classificou de “importantes” e, segundo ele, merecem “mais” investigação. Ele reiterou também que esses fatos podem levar à abertura do sigilo telefônico de Marconi Perillo.

“As versões sobre a aquisição da casa precisam ser investigadas. A relação de Cachoeira com o alto escalão do governo de Goiás - que tem um núcleo de inteligência - é impossível que o governador não tenha percebido, não tenha sido informado que estava se relacionando com um conhecido contraventor. Esses elementos levam à quebra de sigilo do governador”, analisou o relator.

Questionado pelo relator se abriria “voluntariamente” os sigilos bancário, fiscal e telefônico, o governador goiano, disse não ver “justificativas plausíveis” ou “fundamentação” para a quebra sigilo dele. Perillo disse ainda, que essa decisão não lhe cabia e, que, compete aos parlamentares da CPMI tomar tal decisão.

Estranheza - O líder Jilmar Tatto classificou de “estranho” o fato de Perillo, não fazer referência a Carlos Cachoeira como o chefe do crime organizado. “Em nenhum momento o governador goiano cita Cachoeira como líder de uma organização criminosa. Ele refere-se ao contraventor como empresário. Fato estranho que me chamou muita atenção”, disse Tatto.
Benildes Rodrigues

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