Relação entre Veja e Cachoeira atenta contra democracia, avaliam petistas

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Os deputados petistas Fernando Ferro (PE),  Francisco Praciano (AM) e Sibá Machado (AC) classificaram como “atentado à democracia” o conteúdo veiculado na reportagem de capa da Revista Carta Capital, desta semana, que traça um paralelo entre o empresário Roberto Civita, proprietário da Revista Veja e o magnata da imprensa britânica, Rupert Murdoch, dono do tablóide News of the Word. 
Ambos foram denunciados por práticas ilegais no exercício do jornalismo.

Escutas telefônicas feitas pela  Polícia Federal na Operação Monte Carlo revelam a troca de 200 telefonemas entre o contraventor Carlos Cachoeira e o diretor da sucursal da Veja, em Brasília, Policarpo Jr. Nas ligações, Policarpo debatia com o contraventor  pautas favoráveis ao esquema de Cachoeira.

Já o magnata Murdoch foi condenado por bisbilhotar a vida de políticos e celebridades no escândalo das escutas telefônicas ilegais, orquestrada pelo jornal de sua propriedade, o News of the World.  Murdoch foi considerado “inapto” pelo parlamento britânico.

Para Fernando Ferro, a semelhança entre os dois fatos é “emblemática” e, segundo ele, requer ações contundentes por parte do parlamento. “A relação Veja-Cachoeira é uma associação que não tem interesse jornalístico e representa um atentado à democracia. É um fato emblemático e exige uma apuração cuidadosa. A CPMI do caso Cachoeira terá a oportunidade de apurar a relação entre um delinquente e um órgão de imprensa”, avaliou Ferro.

De acordo com o petista, se houve a associação da imprensa com o crime organizado tem que ser investigado.  “Se existe um fato concreto, é preciso trazer à tona para o bem do Estado de Direito, para a democracia e, principalmente, para uma imprensa livre dos tentáculos do crime organizado”, disse.

O deputado Praciano, presidente da Frente Parlamentar de Combate à  Corrupção, disse que as “práticas duvidosas e suspeitas protagonizadas pela Veja são uma afronta ao Estado brasileiro”. De acordo com o parlamentar, tais práticas devem ser averiguadas e punidas nos moldes das sanções aplicadas ao magnata da mídia britânica, Rupert Murdoch.

Para Sibá Machado, os jornalistas que operam junto a Carlos Cachoeira não podem ser considerados jornalistas. “São agentes travestidos de jornalistas que operam para a revista, com intuito de destruir a vida de políticos. Esse tipo de prática é um golpe à democracia”, argumentou.
Benildes Rodrigues
Publicado originalmente no site PT na Câmara

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